As origens da banda remontam o pré-punk brasileiro, mais precisamente a turma roqueira da Vila Carolina na Zona Norte de São Paulo, local onde o movimento punk brasileiro fez seus primeiros acordes. Criada durante a efervescência política da época, buscava no existencialismo uma razão de espantar seus fantasmas e transformar seus medos em atitudes contra o "status quo" imposto pelo regime militar que caçava impiedosamente seus inimigos.[1]
O guitarrista Douglas Viscaino tocava numa banda-projeto que ele criou, chamada Organus e ensaiava nos telhados da Vila Siqueira ou onde pudesse, e tocava blues erock de sua autoria. A Organus foi permanecendo no meio roqueiro da Vila Carolina, apesar da aversão de todos, loucos por fitas e discos, à epoca.
Com sua aproximação com a turma da Carolina, Douglas convidou seu amigo e colega de escola Clemente para sua banda.[1] Mais tarde, entrou Ariel e passaram a ensaiar na casa do Douglas com o baterista Carlos "Charles", outro roqueiro que comparecia às festas da turma da Carolina.
Charles tocava alguma coisa de violão, piano, além de bateria e era quem tinha melhor conhecimento musical naquele contexto pré-punk. Tinha uma formação musical mais apurada dentro da MPB engajada e, empolgado com a nova sonoridade do punk rock, decidiu participar dessa nova forma de se fazer rock'n’roll.
O som que embalava a galera no fim dos anos 70 e início dos anos 80 na região, eram bandas como The Stooges e MC5, que definiram o estilo do Restos de Nada.
Já tocando punk rock e com o nome de Restos de Nada, fizeram um show no Construção, na Vila Mazzei, um dos poucos salões de rock que existiam na época, no final de 1979, com o AI-5 e o N.A.I. (Nós Acorrentados no Inferno). Após esse show, Clemente sai da banda e vai tocar no N.A.I. e sugere que seu nome mude paraCondutores de Cadáver. Irene assume o contrabaixo, e em 1980 participam do festival da extinta TV Tupi, o Olimpop.
No final de 1980, com a saída da baixista Irene e do baterista Charles, a banda se dissolveu.
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